sábado, 8 de novembro de 2008

Reprovação só ao fim do ciclo continua

A promessa de revogação do sistema de aprovação automática nas escolas, feita na campanha pelo prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB), pareceu cair por terra ontem, nas palavras da nova secretária de Educação, a professora e ex-ministra Cláudia Costin, apresentada na Fundação Getúlio Vargas (FGV). O processo de avaliação contínua, em ciclos — conhecido pejorativamente como aprovação automática —, permanecerá. Porém, com o diferencial do investimento no reforço para os alunos.

“O sistema de ciclos virou sinônimo de aprovação automática pela forma com que foi feito no Rio, sem investimentos em professores e no reforço escolar. Faremos isso, com prioridade para o primeiro ano”, disse Cláudia, referindo-se ao início do primeiro ciclo, faixa dos 6 anos, equivalente à antiga classe de alfabetização. “É inaceitável ver crianças aos 10 anos sem alfabetização. Daremos condições para que aprendam, e há caminhos no orçamento”, disse.

A outra ponta do investimento, apontada por Cláudia como fundamental, é a capacitação dos professores, que pode ser feita em parceria com universidades. “Eles são as peças-chaves e terão cursos o ano inteiro”, afirmou.

Especialistas avaliam que, para o êxito da avaliação continuada e o acompanhamento do reforço escolar, é preciso contratar professores com maior jornada de trabalho. “A avaliação em ciclos precisa de investimentos em professores e aumento da carga horária, que é irrisória”, disse Bertha Reis, professora de Políticas Públicas em Educação da Uerj.

“O reforço proposto é incompatível com o número de professores. Há salas superlotadas e carência de profissionais”, diz Danilo Serafim, coordenador-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). Ele informa que a média é de 40 alunos por sala. Com 1.200 escolas e 700 mil alunos, o Rio tem 30 mil professores. A contratação de mestres foi promessa de campanha.

(Fonte: O Dia - 08/11/08)

As promessas já começaram a ser modificadas, pelo menos no que diz respeito a educação. Você acredita que apenas aulas de reforço seriam suficientes?? Contratar novos professores com maior jornada de trabalho não seria o mesmo que passar a responsabilidade a diante??

Por Cristiane Teixeira

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