quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Transpondo barreiras

Resenha do livro Como um romance de Daniel Pennac.

Trata-se de uma obra de fácil leitura que fará com que jovens e adultos, sendo eles alunos, pais, professore ou qualquer pessoa fora do meio acadêmico se questionem a respeito da forma como vêem um livro e o ato de ler. Dêem uma lida na resenha porque com certeza ela servira de convite a leitura do livro.

O trabalho em questão levanta, ainda, um questionamento sobre as formas de se conduzir uma aula. Existem regras para uma boa aula? E o que podemos chamar de uma boa aula? Será que diferentes turmas pedem formas distintas de ensino para que o conteúdo seja absorvido com mais eficácia?

Mesmo sem ler o livro deixa sua opinião registrada, pois sua opinião a respeito de nossas postagens é a razão da existência desse blog.

Por Cristiane Teixeira



Algo bem maior do que apenas gostar de ler

(Um ensaio sobre o amor aos livros e os inúmeros prazeres que a leitura pode proporcionar)

Como um romance é um ensaio sobre a arte da leitura baseado nas experiências do próprio autor, Daniel Pennac, enquanto professor e em sua convivência com seu filho no período da alfabetização.

É composto por 4 (quatro) capítulos em um total de 167 (cento e sessenta e sete) páginas que apresentam detalhadamente a questão da leitura de forma inteligente, poética e descritiva. Para tanto, Pennac, no decorrer de sua obra, questiona por que os adolescentes não gostam de ler e propõe meios para pais e professores conseguirem aproximá-los dos livros. Tem como intenção final mostrar que a satisfação alcançada através da prática deste ato não é algo que se obrigue alguém a ter, mas sim que pode ser aprendido.

Assim, através da recriação do ambiente de uma sala de aula e de momentos compartilhados entre o professor e seus alunos, o autor objetiva mostrar aos adolescentes que o ato de ler deve ser encarado como um prazer, jamais como uma necessidade. E é aí que reside todo o charme do livro, uma vez que ele ensina como recuperar nos alunos o gosto pela leitura.

Mais que isso, Pennac quer mostrar que num século dominado pelas facilidades tecnológicas e, conseqüentemente, pela comunicação em massa, ainda se deve cultivar esse ato tão esquecido. E é com esse fim que ele estabelece imagens que fazem brotar sensações agradáveis relacionadas à prática da leitura em quem lê sua obra, despertando nos jovens leitores uma vontade ou, pelo menos, curiosidade de ler um livro, mesmo que como um simples teste.

Entretanto, é no final da obra que fica bastante óbvio que a intenção não se restringe à criação de rótulos para um leitor ideal. Pelo contrário, o autor cria uma espécie de guia para estabelecer os direitos de um leitor e não, como seria de se esperar, de seus deveres. Nele, são enumerados 10 (dez) itens imprescindíveis, entre os quais se encontram: o de ler qualquer coisa, o de não terminar o livro, o de pular páginas e, até mesmo o de não gostar de ler. Afinal, a leitura deve ser um convite feito aos leitores para que eles tenham satisfação no processo e não uma imposição.

É claro que, na atualidade, muitas são as comodidades que facilitam o cotidiano de crianças, jovens e adultos, melhorando e tornando a vida de todos mais divertida. Não se pode negar que elas são muito boas e que tornam mais interessante a vida de todos. Porém, as inovações trazidas pela modernidade vieram para somar, para melhorar as condições da existência humana e não para subtrair ou excluir outros atos. Isso inclui a leitura de livros e, como bem aponta Pennac em seu ensaio, as fantásticas e divertidas viagens por ele proporcionadas. Pois, esse pequeno amontoado de páginas e frases pode ser responsável por momentos únicos de grande satisfação. E é apenas quando lemos o que gostamos ou o que nos interessa que conseguimos alcançar tal resultado.

Por outro lado, a comparação da mensagem de jamais desistir de lutar por seus ideais do romancista e professor Daniel Pennac com a do irresistível professor de inglês John Keating, personagem de Robin Willians no filme Sociedade do Poetas Mortos, de Peter Weir, torna-se inevitável. Enquanto o primeiro procura resgatar nos jovens a paixão que ele mesmo nutre pela leitura de forma bastante tranqüila e sem regras, o último chega para lecionar em um rígido e tradicional colégio para rapazes com métodos de ensino pouco convencionais e transforma a rotina do currículo desta tradicional e arcaica instituição. Ambos com humor e sabedoria inspiram seus alunos a seguirem os próprios sonhos e a valorizar as pequenas coisas como um bom livro.

Enfim, trata-se de uma excelente obra para jovens e adultos, independente deles serem alunos ou profissionais de educação, pais em pânico com a falta de interesse pela leitura de seus filhos ou, ainda, para aqueles que vêem os livros como verdadeiros problemas.

Essa obra, simples e bem organizada, mudará totalmente a forma como uma pessoa vê um livro e o ato de ler.

Por Cristiane Teixeira

3 comentários:

Anônimo disse...

Questionadores, seu blog está mt legal; as matérias, idem. Visite www.encantodoscontos.blogspot.com e deixe um comentário.

Encanto dos Contos

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Haverá palestra no próximo sábado sobre a Nova ortografia; tema de nosso trabalho na Pós. Acesse www.encantodoscontos.blogspot.com e saiba mais.

João Rodrigues